Acompanhamento terapêutico como dispositivo da reforma psiquiátrica

considerações sobre o setting

Károl Veiga Cabral

Acompanhamento terapêutico como dispositivo da reforma psiquiátrica

considerações sobre o setting

Károl Veiga Cabral

Publicado em: 27 de maio de 2023

Modificado em: 27/05/2023

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Publicado em: 27 de maio de 2023

Modificado em: 27/05/2023

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Resumo

Este trabalho estuda uma modalidade de atenção em saúde denominada acompanhamento terapêutico, que é importante ferramenta para o tratamento de sujeitos psicóticos e útil para a Reforma Psiquiátrica. Estuda-se o setting do AT, a fim de estabelecer uma relação possível entre os conceitos psicanalíticos e as singularidades que esta modalidade propõe, problematizando-as através dos seguintes conceitos: dispositivo, acaso/acontecimento e cidade. Busca-se algumas respostas às seguintes questões: Como se estabelece uma relação que propicie o surgimento de um encontro entre acompanhante e acompanhado? No acompanhamento terapêutico como poderíamos pensar um início de tratamento? O que de fato ocorre ou precisa acontecer? O que significa isto do ponto de vista da psicanálise e considerando que estamos trabalhando com sujeitos psicóticos? Qual o espaço de trabalho, ou melhor dizendo, o setting do AT? Que conceitos estão em jogo nesse setting. Podemos nos apoiar nas descobertas freudianas ainda que o setting seja sabidamente diferente? Que problemas isso acarreta desde o ponto de vista técnico? A metodologia é o estudo de caso único. Utiliza-se como fonte os registros de um atendimento, entrevistas e o material escrito produzido pelo próprio sujeito acompanhado. Escolheu-se cenas ilustrativas do caso atendido vinculando-as à teorização apresentada. Entende-se o acompanhamento terapêutico como importante dispositivo clínico e político do processo da Reforma Psiquiátrica. O acompanhante terapêutico é um agente que transita entre os espaços de tratamento (o dentro) e os demais espaços sociais (o fora) com uma visão desinstitucionalizante e com o objetivo de auxiliar os sujeitos a ressignificarem seu lugar social.

Abstract

This work studies a modality of health care called therapeutic monitoring, which is an important tool for the treatment of psychotic subjects and useful for Psychiatric Reform. The OT setting is studied in order to establish a possible relationship between the psychoanalytic concepts and the singularities that this modality proposes, problematizing them through the following concepts: device, chance / event and city. Some answers are sought to the following questions: How is a relationship established that promotes the appearance of a meeting between a companion and a companion? In therapeutic follow-up, how could we think about starting treatment? What actually happens or needs to happen? What does this mean from the point of view of psychoanalysis and considering that we are working with psychotic subjects? What is the workspace, or better said, the TA setting? What concepts are at stake in this setting. Can we rely on Freudian discoveries even though the setting is known to be different? What problems does this cause from a technical point of view? The methodology is a single case study. Records of attendance, interviews and written material produced by the subject himself are used as a source. Scenes illustrating the case were chosen, linking them to the presented theorization. Therapeutic accompaniment is understood as an important clinical and political device in the Psychiatric Reform process. The therapeutic companion is an agent that transits between the treatment spaces (the inside) and the other social spaces (the outside) with a deinstitutionalizing vision and with the objective of helping the subjects to reframe their social place.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional, 2005

Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/7429