O acontecer na clínica

quando o criar resiste ao cotidiano

Mário Francis Petry Londero

O acontecer na clínica

quando o criar resiste ao cotidiano

Mário Francis Petry Londero

Publicado em: 27 de maio de 2023

Modificado em: 27/05/2023

Tags: 

Publicado em: 27 de maio de 2023

Modificado em: 27/05/2023

Tags: 

Resumo

Este trabalho consiste numa cartografia de mapas afetivos do fazer clínico contemporâneo a partir de encontros do autor com experimentações clínicas e paisagens artísticas que componham brechas instituintes nos mecanismos disciplinares e de controle do capitalismo atual. Sociedade capitalista que repele de si o contato angustiante com o que sai fora de suas normatizações postas perante o viver, cotidianizando-o na intenção de anestesiar qualquer inusitado que se apresente. Ao partir dessa lógica que não suporta o inesperado, tentando a todo o momento controlá-lo, passamos a pensar a contribuição da clínica nessa produção social que impede qualquer um de alçar vôos distantes de uma vida tornada normativa e burocrática. Diante desse panorama, se problematiza a clínica no que ela pode se fazer enquanto prática que resista a tal sistema anestesiador da vida. Assim, discutimos ao longo do trabalho as relações de poder que ocorrem nessa sociedade de controle e no que elas possibilitam movimentos de resistência. Para pensar a clínica enquanto resistência ao cotidianizar-se, percorremos algumas ferramentas conceituais desdobrando os seguintes conceitos: acontecimento, individuação e ato criativo. Com eles trabalharemos o tema do fazer clínico e os possíveis caminhos que elevam a clínica a uma condição de recusa perante os mecanismos de controle utilizados em nossa sociedade. O impensável entra em jogo para daí poder criar existências que resistam ao cotidiano.

Palavras-chave

Clínica; Cotidiano; Acontecimento; Individuação; Ato criativo

Abstract

This work consists of a cartography of affective maps of contemporary clinical practice, based on the author's encounters with clinical experiments and artistic landscapes that make up institutional gaps in the disciplinary and control mechanisms of current capitalism. Capitalist society that repels anguished contact with itself that comes out of its norms set before the living, dailyizing it with the intention of anesthetizing any unusual that presents itself. Starting from this logic that does not support the unexpected, trying at all times to control it, we start to think about the clinic's contribution to this social production that prevents anyone from taking distant flights from a life that has become normative and bureaucratic. In view of this panorama, the clinic is problematized in what it can do as a practice that resists such anesthetizing system of life. Thus, throughout the work, we discussed the power relations that occur in this control society and in what they enable resistance movements. To think about the clinic as a resistance to everyday life, we went through some conceptual tools unfolding the following concepts: event, individuation and creative act. We will work with them on the topic of clinical practice and the possible ways that elevate the clinic to a condition of refusal before the control mechanisms used in our society. The unthinkable comes into play in order to create existences that resist everyday life.

Keywords

Keywords: Clinic; Everyday; Event; Individuation; Creative act

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011

Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/32009/000786174.pdf?sequence=1