O acompanhamento terapêutico e a formação do psicólogo
por uma saúde humanizada
Resumo
Este artigo visa problematizar a formação do psicólogo e as habilidades terapêuticas desenvolvidas pelos cursos de psicologia. Apesar de todos os avanços teóricos e práticos trazidos pelo movimento antimanicomial os cursos de psicologia no Brasil não parecem ter assimilado essa perspectiva em seus projetos didático-pedagógicos. Contudo, não basta a crítica, é preciso propor uma perspectiva inovadora para esta formação. Pensamos na importância do ensino do Acompanhamento Terapêutico (AT) na grade curricular da psicologia, refletindo sobre a maneira pela qual esse acompanhamento se configura como política de humanização dos indivíduos que são/estão segregados socialmente por motivos psíquicos. Tomamos o AT como uma prática que visa a inclusão social e a formação do psicólogo para que este seja um profissional capacitado a enfrentar com êxito as dificuldades e exigências impostas por sua prática. Cria-se, assim, um espaço para o exercício de alteridades.
Palavras-chave
Acompanhamento terapêutico; Formação do psicólogo; Saúde humanizada; Luta antimanicomial; Reforma psiquiátrica
Abstract
This article addresses some questions about the courses of Psychology in regard to the formation of the psychologist and his therapeutic expertise. In spite of the theoretical/pratical advances carried out by the Anti-Asylum Movement, the Psychology courses in Brazil don’t seem to have assimilated such results in their didatic/pedagogical programs. Nevertheless, it’s not enough to criticize but it’s necessary to introduce a new and creative perspective in order to obtain such a formation. We think that the innovation may be accomplished through the undertanding of the importance of including the teaching of Therapeutic Accompaniment during the courses of Psychology as a practice through which it’s possible to attain the humanization of those individuals socially segregated because of psychic difficulties. We conceive the TA as a means of social inclusion, to promote the psychologist as a professional aware of his role. To helps us in the creation of new forms of relating to alterity.
Keywords
Therapeutic accompaniment; Formation of the psychologist; Humanization; Anti-asylum movement; Psychiatric reform
Arq. bras. psicol. vol.62 no.1 Rio de Janeiro abr. 2010
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672010000100010