Encontros e desencontros

considerações sobre o lugar da família na clínica do acompanhamento terapêutico

Camila Machado de Oliveira

Encontros e desencontros

considerações sobre o lugar da família na clínica do acompanhamento terapêutico

Camila Machado de Oliveira

Publicado em: 26 de May de 2023

Modificado em: 26/05/2023

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Publicado em: 26 de May de 2023

Modificado em: 26/05/2023

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Resumo

A presente pesquisa busca apresentar considerações sobre as diferentes formas de participação da família na clínica do Acompanhamento Terapêutico (AT). São as peculiaridades desse setting que tornam necessárias as reflexões sobre a família nesta modalidade clínica. A natureza da relação que se configura entre acompanhante-acompanhado é de extrema intimidade, viabilizada pelo número maior de horas, assim como pelo acompanhamento que ocorre no cotidiano do paciente. Tais especificidades trazem em seu bojo a presença familiar enquanto tema a ser considerado. Observam-se quatro formas de presença familiar neste enquadre de atendimento, a saber: 1) no próprio contato com a família, nos atendimentos realizados em consultório; 2) na presença dos familiares durante os acompanhamentos, quando realizados em ambiente domiciliar e extra-domiciliar; 3) na fala do paciente sobre a própria família, e por fim; 4) nas questões apresentadas pelos pacientes durante os atendimentos. Procura-se, através de narrativas literárias sintéticas de casos clínicos, considerar aspectos da relação at-família / famíliaacompanhado na clínica do Acompanhamento Terapêutico. A metodologia é orientada pelo pensamento clínico de Donald. W. Winnicott, pediatra e psicanalista inglês, e do professor Dr. Gilberto Safra, psicanalista brasileiro contemporâneo.

Palavras-chave

Acompanhamento terapêutico; Ética; Família; Safra; Winnicott

Abstract

The present study discusses considerations about the different forms of family participation during therapeutic follow-up. The peculiarities of this setting make it necessary to reflect on the family in this clinical modality. The nature of the relationship established between companions and those being accompanied is extremely intimate and made possible by the greater number of hours, as well as by the accompaniment that occurs in the daily life of the patients. Such specificities represent the presence of the family as an issue to be taken into consideration. There are four forms of family presence within this context, namely: (1) the contact with the family during the consultations at the doctor's office; (2) the presence of family members during followups performed at home or out-of-home settings; (3) patients' statements about their families; and (4) the questions raised by the patients during medical visits. Synthetic literature narratives of clinical cases were assessed to consider aspects of the relationships "therapist-family" and "family-patient" during therapeutic follow-up. The methodology was based on Donald W. Winnicott's clinical thinking, an English pediatrician and psychoanalyst, and Dr. Gilberto Safra, a contemporary Brazilian psychoanalyst.

Keywords

Ethics; Family; Safra; Therapeutic follow-up; Winnicott