A pólis arquipélago
notas do acompanhamento terapêutico
Resumo
Este artigo discute algumas consequências teóricas derivadas do fazer singular do acompanhamento terapêutico (AT). Como no AT não há nem lugar fixo, nem propriedade privada - características ordinárias das instituições de tratamento, sejam equipamentos públicos, sejam consultórios particulares -, então o espaço onde ele acontece é o chão comum e o céu aberto. Essa condição primeira implica uma espécie de \"novidade absoluta do encontro\", e a terapêutica se encaminha por uma \"fala pedestre\" enunciada pelas passagens e pelas movimentações na cidade. A experiência de transitar para além das quatro paredes das diversas instituições de tratamento dispõe, como plano transferencial, um cenário composto de indivíduos e universos que se interpenetram e se constituem, constituindo mundos. Por tudo isso, o AT é um campo propício para pensar a atualidade das redes individuais e das redes coletivas, por exemplo, novas famílias e familiaridades.
Palavras-chave
Acompanhamento terapêutico; Psicanálise; Família
Abstract
This article discusses some theoretical consequences that derive from the singular therapeutic accompaniment´s (TA) making. Since in TA there are no fixed places, neither private properties - caracteristics in ordinary treatment institutions, whether public equipments or particular offices -, the space where it happens is the common ground and the open sky. This primary condition implies a kind of \"absolute novelty of encounter\" and the therapeutic leads away by a kind of \"pedestrian speech\" enunciated through passages and movimentation across the city. The transit experience beyond the four walls of treatment institutions disposes, as a transferencial plan, a scenery that is composed by individuals and universes which interpenetrate and constitute themselves, constituting worlds. Considering all that, TA is a favorable field to think the present of individual nets and collective nets, for instance, new families and familiarities.
Keywords
Therapetic accompaniment; Psychoanalysis; Family
Psicol. Soc. vol.25 no.spe2 Belo Horizonte, 2013
Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822013000600002